País não tem estimativas oficiais sobre o número de autistas. ONGs calculam que 1 milhão de pessoas vivem com o transtorno
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Próxima »
Para lembrar o Dia Mundial do Orgulho Autista, comemorado nesta
terça-feira (18), a Associação Brasileira de Autismo, Comportamento e
Intervenção do Distrito Federal (Abraci-DF) organizou hoje em Brasília
uma atividade para esclarecer o que é o transtorno e conscientizar as
famílias da importância do diagnóstico precoce.
Não
há estimativas oficiais sobre o número de autistas no Brasil, mas
organizações não governamentais calculam que o total pode chegar a mais
de 1 milhão de pessoas. O autismo é caracterizado pela dificuldade de
socialização. Em geral, os primeiros sinais, como isolamento,
dificuldade para falar e repetição de movimentos aparecem por volta dos 2
ou 3 anos de idade. De acordo com a presidenta da Abraci-DF, Lucinete
Andrade, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores as
possibilidades de estimulação.
"
Quando se fala de autismo, não se trata de uma só realidade. Por essa
diversidade, o diagnóstico é problemático. Às vezes, o diagnóstico fica
errado e isso compromete o desenvolvimento e a estimulação dessas
crianças" , avaliou.
O
autismo não tem cura, mas o desenvolvimento dos pacientes pode ser
estimulado, além do uso de medicação. Como o transtorno é pouco
conhecido, segundo Lucinete, muitos autistas não recebem a estimulação e
o tratamento adequados. " Nosso objetivo é chamar a sociedade para
dizer que não apenas o diagnóstico é importante, a estimulação também, é
ela que vai fazer a diferença entre o diagnóstico e o desenvolvimento
desse indivíduo. Hoje, no Brasil, só os pais que podem pagar, com
situação financeira melhor é que oferecem a estimulação adequada. E isso
tem que ser independente da questão social da família" .
Mãe
de um menino de 2 anos e 10 meses diagnosticado com autismo, a dona de
casa Luísa Silva diz que iniciativas como essa são importantes para
desmistificar o autismo, ampliar o conhecimento sobre a doença e ajudar
os pais a identificar os primeiros sintomas.
"
O primeiro sintoma do Davi foi um atraso na fala, ele falava algumas
palavras e de repente parou. Eu percebi que não estava normal. Um amigo
da família notou também e perguntou se a gente conhecia um pouco sobre
autismo. Na primeira leitura que fiz, vi que muita coisa que eu já vinha
observando no Davi estava acontecendo. No dia seguinte, fui ao
pediatra. Ele fez testes com o Davi e me deu encaminhamento para o
neurologista" , contou.
Segundo
Luísa, além do apoio aos pacientes autistas, as famílias também
precisam ser acompanhadas para lidar com realidades tão particulares. " É
muito importante esse trabalho de dar apoio aos pais. Tenho certeza que
há muitas crianças sem falar, tendo gestos mal interpretados como manha
ou birra e não é. E isso é muito sofrimento tanto para os pais quanto
para as crianças" .
Não
há estimativas oficiais sobre o número de autistas no Brasil, mas
organizações não governamentais calculam que o total pode chegar a mais
de 1 milhão de pessoas.
Saúde Pública
publicado em 17/06/2013 às 07h20:00
Nenhum comentário:
Postar um comentário