"Em defesa dos direitos das pessoas com autismo"

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Educação adequada melhora o quadro de crianças autistas

Qualidade de vida

da redação | 23-01-2013


Escolha da escola é fundamental nesse processo
Especialistas revelam que a ausência de uma educação adequada e especializada implica na evolução da síndrome e atrapalha o desenvolvimento social e psicológico da criança

O início da escolarização é sempre um marco importante para as famílias: escolha da escola, começo da socialização e também independência das crianças.
Essa escolha torna-se ainda mais delicada quando a criança é autista. A síndrome caracteriza-se, dentre outros aspectos, por um déficit social, visualizado pela inabilidade em relacionar-se com o próximo – normalmente associado às carências de linguagens e alterações de comportamento.
Dados revelam que, no Brasil, uma em cada 368 são portadoras da síndrome. O autismo se torna perceptível entre o 2º e o 3º ano de vida, pois a dificuldade de contato com o meio se torna mais visível – é justamente nessa fase que a família está à procura de uma escola.
“Normalmente, as famílias identificam os sintomas característicos do autismo, juntamente ao médico, logo nos primeiros anos de vida da criança – porém, não é sempre que optam por procurar uma educação diferenciada e especial. A intenção, muitas vezes, é de que a criança consiga se desenvolver sob o aspecto social e psicológico por meio de uma metodologia educacional convencional. Porém, isso não acontece”, comenta a diretora da clínica-escola Instituto Ser, Dra. Cláudia Dubard Fróes Lima
A criança autista representa um grande desafio para os educadores, já que sua interação com as pessoas está comprometida com a síndrome. Portanto é fundamental que o processo educacional seja também caracterizado como um tratamento, a fim de buscar maior desenvolvimento psico-social.
“Essa atenção e tratamento especializado, normalmente, não é possível por meio da metodologia utilizada nas escolas convencionais, normalmente desenhadas para a massa. Os professores também ficam frustrados, pois percebem que a criança não está acompanhando o planejamento e, ao mesmo tempo, não conseguem dar uma atenção especial por conta do número de alunos em sala de aula”, afirma a psicóloga Fátima Iara Abad Sanchez.
Segundo Fátima, a ausência de uma educação adequada e direcionada não interfere apenas no processo educacional da criança, mas em toda a cadeia que envolve sua socialização e sua independência. “Com uma educação adequada, podemos alcançar a melhora dos sintomas da síndrome. Quando isso não acontece, a criança pode regredir no seu quadro ainda mais”, afirma a psicóloga.

Educação adequada melhora o quadro de autismo
De acordo com o último levantamento feito pelo MEC, o número de alunos com deficiência mental matriculados em escolas regulares por todo o país aumenta a cada ano.
Esse é um dado preocupante, pois, uma educação dirigida, no caso de crianças autistas, é fundamental. Isso porque, para chegar até o aluno, os meios são diferentes. O contato se dá por meio do vínculo. “Dificilmente um aluno autista se aproxima de um professor se ele não cria um vínculo com ele. No sistema de ensino convencional isso não acontece - principalmente pelo número elevado de alunos por sala”, afirma a pedagoga Sandra Motta.
Na escola especial trabalha-se com, no máximo sete alunos por sala – sendo que a educação e o tratamento levam em consideração o indivíduo. “Investimos em suas potencialidades por meio de um programa educacional exclusivo que oferece formação humana e também mercadológica”, Sandra Motta.
Para alcançar resultados positivos, com a socialização, independência e desenvolvimento de habilidades, é preciso investir em um conjunto de áreas. “Sem esse trabalho transdisciplinar, dificilmente alcançaremos formação humana e mercadológica”, afirma.
  • Socialização - Na escola especial eles têm pares semelhantes: entendem e são entendidos. Também é ensinado o respeito às diversidades. Resultado: eles realmente são incluídos na sociedade e, aprendem a se incluir por conta própria.

  • Independência - a criança com autismo deve aprender a ser independente e isso é conseguido por meio de um sistema de comunicação direcionado e acompanhado. As atividades livres em geral tendem a levá-las ao maior isolamento, e muitas vezes, a realizar sequências de uma atividade sem sentido.

  • Habilidades - identificamos e trabalhamos com as potencialidades de cada criança. Dessa forma, consigo que eles estejam no mercado de trabalho. Aulas de artes, música, dança e canto contribuem para esse processo.

  • Inclusão – quando as potencialidades são trabalhadas, é possível que haja inserção no mercado de trabalho, que é o desejo final de qualquer instituição de ensino.

  • Atendimento à família – O trabalho também deve promover a integração entre pais e educandos, valorizando os vínculos afetivos e a conscientização sobre o desenvolvimento da criança.

Sobre o Instituto Ser
O Instituto SER é uma clínica escola que promove o trabalho e escolarização de crianças, jovens e adultos deficientes. Fundada em 1989, a organização oferece suporte e tratamento a pessoas com: autismo, hiperatividade, transtornos de personalidade ou comportamento, transtornos de humor, de aprendizagem, déficit de atenção, transtornos das habilidades motoras, retardos mentais ou psicomotores, síndrome de Asperger e outros. Além de proporcionar acesso a conteúdos como português, matemática, geografia, ciências e inglês, a clínica escola tem o objetivo promover a inclusão social por meio do desenvolvimento de atividades como artes, oficinas de artesanato, excursões pedagógicas, teatro, aula de música, computação e esportes.
O Instituto SER realiza um trabalho de estimulação para crianças de 0 a 4 anos e um trabalho educacional direcionado a pessoas deficientes na faixa etária de 5 a 40 anos. O conteúdo pedagógico abrange o ensino fundamental de 1ª a 8ª série e o ensino médio, trabalhados em parceria com o CEEJA (Centro Estadual de educação de Jovens e Adultos).
Psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, fisioterapeutas e pedagogos buscam dia a dia desenvolver habilidades de comunicação e ajudar os alunos na inserção ao mercado de trabalho e na continuidade dos conteúdos pedagógicos.

fonte:http://www.portalnovidade.com.br/materia/1835/educacao-adequada-melhora-o-quadro-de-criancas-autistas.html

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