"Em defesa dos direitos das pessoas com autismo"

domingo, 8 de abril de 2012

Corrente Azul pela inclusão da criança autistaEscola na Ponta Verde ilumina-se com a cor símbolo do Autismo


01/04/2011 22h04
 
Ascom
 
Antecipando as celebrações do Dia do Autismo, a Escola Espaço Educar, localizada no bairro da Ponta Verde, se iluminou de azul aderindo ao movimento mundial de conscientização para inclusão da pessoa autista. "Escolhemos a noite deste 1º de abril para chamar a atenção da comunidade para um assunto sério, mas pouco discutido: o AUTISMO, uma alteração cerebral que afeta a capacidade da pessoa se comunicar, estabelecer relacionamentos e responder apropriadamente ao ambiente", esclarece a diretora Sílvia de Melo França, falando sobre o engajamento da escola na campanha de conscientização que ocorre em vários monumentos e grandes construções ao redor do mundo.

Desde o início da noite, a fachada do prédio da escola acendeu uma iluminação especial nos tons da cor símbolo da luta pela inclusão dos portadores da síndrome no planeta. Um banner colocado na entrada principal da instituição convida os pedestres a participar do movimento.
O Dia Mundial de Consciência sobre o Autismo, foi criado pela ONU, em 02 de abril de 2008. Como tradicionalmente ocorre nesta data, prédios e monumentos se acendem de azul para pedir mais qualidade de vida e informações que garantam o diagnóstico precoce das crianças portadoras da síndrome. Em Maceió, a Escola Espaço Educar realizou uma série de mobilizações com seus alunos sobre o Autismo.

A síndrome também foi tema de palestras e bate-papo das professoras com as turmas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. Nessa sexta-feira, os estudantes usaram fitinhas azuis no pulso para demonstrar o engajamento na campanha de conscientização, que mobilizou diversos profissionais na escola.

A turminha do Maternal II aprendeu um pouco mais a respeito da produção da agenda do colega autista. Para demonstrar como é feita a agenda, as professoras trouxeram para a sala material utlizado na redação diária da agenda do autista, geralmente composta por símbolos concretos. As educadoras explicaram as diferanças de comunicação com estes alunos, demonstrando os cartões com imagens concretas e texturas que permitem ao aluno autista registar as informações a respeito das tarefas agendadas. As famílias receberam material informativo com textos que falam sobre a importância de inclusão da criança autista.

Confira algumas das dicas compartilhadas com os alunos:

Você sabe o que é autismo?

É uma alteração cerebral que afeta a capacidade da pessoa se comunicar, estabelecer relacionamentos e responder apropriadamente ao ambiente. Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam também retardo mental, mutismo ou importantes retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento.

Revendo alguns conceitos

Isolamento: Essa é a característica central do autismo. A criança que prefere ficar sozinha em vez de com a mãe, que não gosta de ser colocada no colo e não olha para as pessoas com freqüência e duração normais, ou tenha atraso na fala até os dois anos possui características que indicam que ela pode ser portadora da doença. Caso os pais as observem em seus filhos, devem procurar um médico.

O termo autismo era usado inicialmente para caracterizar vivências ricas em pensamentos e emoções, das representações e sentimentos pessoais, com perda da relação com os dados e exigências do mundo circundante. O psiquiatra norte-americano Leo Kanner usou o termo autismo infantil depois de ter sido reconhecido como responsável por algo novo. Em 1943, ele descreveu, em sua publicação intitulada Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo, um grupo de onze casos clínicos de crianças. Elas apresentavam extremo isolamento - não tinham habilidades para se relacionarem com outras pessoas e situações -, falha no uso da linguagem para comunicação e desejo obsessivo ansioso para a manutenção da mesmice.

Às vezes o autismo é confundido com outras doenças que têm sintomas parecidos. Ele é mais confundido com o retardo mental e, em aproximadamente 75% dos casos, há superposição dos dois transtornos. O diagnóstico de paralisia cerebral é também comumente dado aos portadores de autismo.

As características do autismo devem surgir até os três anos de idade . Elas são:

* Relacionamento interpessoal comprometido;
* Atraso significativo ou ausência da linguagem verbal, mímica e gestual;
* Comportamentos repetitivos e estereotipados;
* Interesses restritos.

"Há também o comprometimento em três organizações estruturais do funcionamento mental-psíquico:

* As funções executivas;
* A Teoria da Mente;
* A Teoria da Coerência Central.

As funções executivas são as capacidades de avaliar uma situação ou cenário, planejar a melhor solução, executá-la e avaliar sua execução. O comprometimento é encontrado principalmente nos portadores de Transtorno de Déficit de Atenção. Já a Teoria da Mente é a capacidade de se colocar no lugar do outro para entender intenções, mentiras e piadas, e responder a elas adequadamente. Por último, a Teoria da Coerência Central é a capacidade que as pessoas têm de, ao olhar um cenário, agregar todas as informações visuais num só contexto. "É como ver um mapa da região Norte do Brasil e ver o Rio Amazonas com seus afluentes. Alguém com o déficit, por exemplo, traria os afluentes sem o Rio Amazonas", explica o médico.

Causas: O autismo não causa outras doenças, mas outras doenças podem favorecer seu desencadeamento. Os fatores externos que causam o autismo são as doenças infecciosas da gravidez, como a rubéola, a sífilis e a toxoplasmose; as doenças infecciosas do cérebro, como a meningite; as lesões traumáticas; o uso de drogas pelos pais; além de doenças genéticas que cursam com retardo mental.

As estatísticas sobre a doença têm a prevalência de 1:150 a 250 da população. A incidência é de quatro a cinco homens para cada mulher, mas quando a doença se dá no sexo feminino é mais grave. O psiquiatra explica que em toda psiquiatria infantil as doenças acometem mais os meninos e, como regra geral, quando as meninas são acometidas, são por quadros mais graves. Essa proporção seria mais um indicativo das questões genéticas.


De acordo com o psiquiatra, o autista pode ficar curado do ponto de vista funcional, mas dificilmente vai ter uma reabilitação completa do ponto de vista técnico. "Aos olhos de um profissional da área o autista não pode ficar completamente reabilitado, mas do ponto de vista da população, sim.".

Inclusão Social e Escolar - Para ajudar os autistas, é fundamental que a família e amigos os tratem normalmente, tentando entendê-los em sua forma de ser e assim tentar ajudá-los, propiciando tratamento em todas as áreas que precisem. O tratamento é basicamente feito de reabilitação: psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, escola, fisioterapia, musicoterapia etc. "Muitas pessoas relutam em levar a criança ao psiquiatra com medo de associação à loucura. Só com informações maciças essa idéia errônea pode ser modificada", opina Camargos.

Ele explica que o autismo é uma doença como o diabetes, a hipertensão e a epilepsia. "Uma criança autista diagnosticada e tratada aos 12 meses tem mais chances do que se diagnosticada e tratada aos 7 anos. Imagine uma criança diabética ao nascimento e só diagnosticada e tratada aos 7 anos? Estaria com problemas irreversíveis. O ideal é que essas crianças sejam encaminhadas a psiquiatras e neurologistas da área infantil".
 

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