"Em defesa dos direitos das pessoas com autismo"

terça-feira, 10 de abril de 2012

Obesas e diabéticas são propensas a ter filhos autistas

Os resultados deste estudo, publicado na revista Pediatrics, levantam "sérias preocupações em termos de saúde pública"

A diabetes também pode diminuir os níveis necessários de ferro para o feto, o que resulta em um fraco desenvolvimento cerebral
Washington - As mães obesas ou que sofrem de diabetes durante a gravidez têm mais chances de dar à luz crianças com autismo ou atrasos no desenvolvimento, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira nos Estados Unidos.

Os resultados deste estudo, publicado na revista Pediatrics, levantam "sérias preocupações em termos de saúde pública", disseram os pesquisadores. No mês passado, as autoridades de saúde dos Estados Unidos revelaram que o número de casos de autismo diagnosticados aumentou 23% entre 2006 e 2008, afetando uma média de uma em 88 crianças.

Os autores do estudo examinaram 1.004 duplas mãe-filho de diversos níveis socioeconômicos na Califórnia (leste). Aproximadamente a metade das crianças era autista, 172 sofriam de transtornos de desenvolvimento e 315 se consideravam normais.
Embora o estudo não tenha indicado se o peso ou a diabetes da mãe durante a gravidez eram a causa dos problemas psicológicos das crianças, estabeleceu uma clara correlação entre estes transtornos e a saúde materna.
Por exemplo, as mães obesas tinham 67% mais chances de ter um filho com autismo e mais do dobro de possibilidades de ter um filho com algum tipo de transtorno que as mães de peso normal sem diabetes.
Mais de 20% das mães de crianças com autismo e outros problemas de desenvolvimento eram obesas. Apenas 14% das mães de crianças com desenvolvimento normal eram obesas durante a gravidez, indicou a pesquisa.
O vínculo entre a saúde da mãe e "os problemas de desenvolvimento neurológico das crianças é preocupante e pode ter implicações em termos de saúde pública", disse Paula Krakowiak, da Universidade da Califórnia, no estudo.
"Mais de um terço das mulheres americanas em idade de procriar são obesas e quase um décimo têm diabetes gestacional ou diabetes tipo 2 durante a gravidez", acrescentou Krakowiak.
Os cientistas acreditam que os problemas do feto podem ser resultado da exposição prolongada aos altos níveis de insulina nas mães diabéticas, o que requer uma maior utilização de oxigênio e pode reduzir o fornecimento de oxigênio necessário ao feto.
A diabetes também pode diminuir os níveis necessários de ferro para o feto, o que resulta em um fraco desenvolvimento cerebral.

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