Deputados e representantes de organizações não governamentais pediram nesta
segunda-feira a aprovação, pela Câmara, do Projeto de Lei 1631/11, do Senado, que cria uma política de
proteção dos direitos dos autistas e os equipara às pessoas com deficiência.
Atualmente, por não ser considerado deficiente, o autista não consegue ser
atendido no sistema público de saúde.
A proposta, aprovada na quarta-feira (28) pela Comissão de Trabalho, de
Administração e Serviço Público, ainda depende de análise de outras duas
comissões e do Plenário. O projeto foi lembrado em sessão solene que comemorou o
Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo (2 de abril).
“Vamos pedir a prevalência da proposta na Comissão de Seguridade Social e
Família, que é a próxima a analisá-la, e também conversar com o presidente da
Casa, para que tenhamos o projeto apreciado o mais rapidamente possível”,
garantiu a deputada Erika Kokay (PT-DF), que presidiu a sessão.
Transtorno
O autismo é um transtorno neurológico que afeta o indivíduo em três áreas: interação social, comunicação e imaginação. Não se conhecem exatamente suas causas, mas os sintomas costumam aparecer antes dos três anos de idade. O portador tem dificuldade em manter contato social, comunicar-se espontaneamente e realizar tarefas cotidianas. A linguagem é atrasada ou, nos casos mais graves, não se manifesta. O comportamento tende a ser repetitivo em áreas de interesse.
O autismo é um transtorno neurológico que afeta o indivíduo em três áreas: interação social, comunicação e imaginação. Não se conhecem exatamente suas causas, mas os sintomas costumam aparecer antes dos três anos de idade. O portador tem dificuldade em manter contato social, comunicar-se espontaneamente e realizar tarefas cotidianas. A linguagem é atrasada ou, nos casos mais graves, não se manifesta. O comportamento tende a ser repetitivo em áreas de interesse.
Estima-se que haja 2 milhões de autistas no Brasil, muitas vezes não
diagnosticado.
A deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), que sugeriu a sessão, reclamou da
falta de políticas públicas relacionadas ao problema. “Em nosso país não existe
diagnóstico precoce na rede pública de saúde, a família não recebe apoio
psicológico adequado”, observou a parlamentar, em mensagem lida no plenário. A
consequência é que os autistas – em sua maioria pessoas do sexo masculino – são
mantidos segregados por suas famílias, tendo mesmo recebido o apelido de
“meninos do porão”.
Na opinião do deputado Policarpo (PT-DF), que relatou o PL 1631/11 na
Comissão de Trabalho, o dia 2 de abril é importante para derrubar mitos que
cercam o autismo, como o de que essas pessoas vivem em um mundo próprio, sem
entender o que ocorre ao seu redor. “Ao assegurar direitos, o projeto de lei
contribui para diminuir o preconceito. O tratamento precoce tem resultados
promissores, e a inclusão escolar é fundamental para desenvolvimento das
habilidades dos autistas”, observou o relator.
Centros de tratamento
Por sua vez, a deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) sugeriu que se aumente o orçamento destinado à saúde mental. No caso dos autistas, ressaltou, faltam investimentos em centros de tratamento com fonoaudiólogos, terapeutas, psicólogos, neurologistas, psiquiatras e nutricionistas.
Por sua vez, a deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) sugeriu que se aumente o orçamento destinado à saúde mental. No caso dos autistas, ressaltou, faltam investimentos em centros de tratamento com fonoaudiólogos, terapeutas, psicólogos, neurologistas, psiquiatras e nutricionistas.
Em mensagem lida na sessão pelo deputado Mauro Benevides (PMDB-CE), o
presidente da Câmara, Marco Maia, destacou a importância do envolvimento do
Parlamento na questão. “Democracia não é apenas a obediência às maiorias. A
democracia talvez seja melhor descrita como o respeito às minorias”, disse.
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